quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Sai Fritando Banana


          Faz tempo que quero escrever sobre elas. Fico sempre deixando para depois, esperando o melhor momento, a melhor inspiração. Queria dedicar a elas um texto incrível. Mas hoje me dei conta que não é este o caminho. Escrever sobre minhas amigas de infância não requer genialidade, pelo contrário, é preciso manter a sutileza do simples, do puro, como uma redação de colégio.
            Foi lá que nos conhecemos, no Colégio Positivo Jr. Tudo obra do destino que nos reuniu na mesma turma. Aos poucos fomos nos aproximando, lanchando juntas, jogando no mesmo time na educação física, nos reunindo na casa de uma e de outra para fazer os trabalhos de história. Todos os anos nos matriculávamos na mesma turma, fazíamos Oficina de Artes e viajávamos para competições de atletismo. Debutamos juntas e, ano após ano, lá estávamos em todos os aniversários, formaturas e casamentos. Sim, crescemos. Apesar de tanto convívio, cada uma escolheu uma profissão diferente. Algumas, assim como eu, saíram de Curitiba. Tanta coisa poderia ter nos separado. Mas me orgulho muito toda vez que nos reunimos: Paulinha, Mayra, Wane, Nani, Nico, Fer, Mel e Dig.
            O nome da nossa turminha é “Sai Fritando Banana”. Vocês devem estar curiosos para saber o que isso quer dizer. E eu adoraria ter uma justificativa fantástica para contar. Adoro este nome, mas a verdade é que a origem não tem lá muita graça. Então vou aproveitar o momento para contar uma mentirinha que certamente virará lenda. “Sai fritando Banana” é um código secreto e só as oito meninas da turma sabem o significado. Algo que nem sob tortura poderá ser revelado. Um segredo que passará de geração em geração. Que tal? Falando nisso, já são dez os pequenos guardiões da turma. Um deles a caminho. Só eu ainda não contribuí com um herdeiro. Mas no meu casamento resolvi homenagear minhas amigas de uma forma especial. Convidei os filhos de cada uma delas para serem meus pajens e daminhas. Eles entraram ao som instrumental de “Lua de Cristal” tocada na harpa pela Nani. Foi lindo! Esta música representa nosso tempo de colégio e as crianças a continuidade de uma linda amizade.
            Fico imaginando todas nós bem velhinhas, muito vaidosas, de cabelo de nuvem e colar de pérolas, tomando chá e conversando sobre os maridos, os filhos e os netos. Até que alguma de nós pergunta: “Como era mesmo o nome desta nossa turminha?” Uma arrisca: “Tinha a ver com comida, não?” e outra finaliza: “E eu sei lá, aquilo nunca fez o menor sentido!”. E a tarde prossegue entre bolos, risadas e uma paz sincera no coração.


(escrito em  novembro de 2011)

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