segunda-feira, 4 de julho de 2011

Sonho e Ousadia


Há exatos vinte anos acontece o Festival de Curitiba. Um evento que reúne espetáculos de teatro do país inteiro. Este ano eu comemoro junto com o Festival, os meus vinte anos de carreira.
Quando eu comecei a fazer teatro, assistia às peças com os olhos vidrados, encantada com a cortina que abria, com cada refletor que acendia. Cada movimento era mágico. Cada gesto, cada palavra alimentava a minha vontade de atuar.
Os anos foram passando, eu fui estudando, me aprimorando, o Festival foi crescendo e este ano, duas décadas depois de nossas estréias nos palcos curitibanos, eu e o Festival demos as mãos para uma deliciosa comemoração. A menina sonhadora e o evento ousado. Sonho e ousadia que deram resultado. Este ano participei do Festival com dois espetáculos. O meu solo de humor “Se eu vou sobreviver?. ..Não sei”, e a comédia “A vida após o casamento”.  Lotamos todas as apresentações e ainda tivemos que abrir sessão extra. Mais uma vez, lá estava eu de olhos vidrados e encantada, porém desta vez, com as risadas da platéia, com o aplauso caloroso, o carinho recebido. Misturados ao público, rostinhos conhecidos de amigos e familiares. Esta é a emoção de subir ao palco da minha cidade, onde descobri minha vocação, me formei, aprendi tudo o que sei.
Hoje sou atriz. Adoro isso. Gosto da beleza desta profissão, apesar das dificuldades. Artista de uma maneira geral é um ser iluminado. Não por ter algum privilégio, mas pela capacidade de sonhar, de idealizar, de criar. Artista gosta de inventar coisas e se diverte com elas. Eu não sou diferente.
E para comemorar meus vinte anos de carreira, uma data tão significativa para mim, resolvi me presentear. Mas inventei um presente diferente. Fiz um pedido especial para a minha família. Como estou certa de que farei teatro por muitos e muitos anos, pedi a eles que separassem um objeto pequeno e sem valor material, mas que me fizesse lembrar de cada um. Então, coloquei os objetos em uma caixinha como uma espécie de amuleto. Minha família é a minha inspiração, minha raiz, meu alicerce. Eles representam tudo o que sou e o que ainda quero ser. Onde quer que eu esteja, cada vez que entro em cena, dedico a eles o meu trabalho. Por isso, a idéia da caixinha. Ela estará comigo em todos os camarins por onde eu passar. E quando eu for uma senhora atriz, comemorando sessenta, setenta anos de carreira, minha caixinha certamente estará na minha bancada, entre maquiagens e perucas, transbordando lembranças e bênçãos das pessoas mais importantes da minha vida.
Quem sabe tudo isso aconteça no mesmo Festival de Curitiba e, juntos, possamos continuar nos reinventando e compartilhando sonhos que ousam se realizar.

(escrito em abril de 2011)

2 comentários:

  1. É Dig, você realmente merece, parabéns por você ter conseguindo realizar seu sonho de trabalhar na tv globo ... Bjs da Laura Araujo me segui no meu blog também se for possivel

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  2. Parabéns, lutadora! Você não só sonha, como também luta para conseguir o que quer! O tipo de pessoa que vai mais longe, que alça vôos mais altos!

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